domingo, 2 de outubro de 2016
UM POUCO DA HISTÓRIA DO JOGO E O MUNDIAL - Luís Manta
O jogo tinha o seu fundamento na elevada qualidade técnica e táctica dos seus executantes, privilegiando as equipas uma ideia de jogo onde os movimentos colectivos coordenados de apoio ao portador da bola eram a base, sem perder a objectividade naquilo que é a essência do jogo, o Golo...isto no plano ofensivo. No plano defensivo, de acordo com as dificuldades do oponente recorria-se à marcação individual ou zona, ou ainda, um misto.
Com a chegada do profissionalismo puro e em força e, as sua Ligas Profissionais, seja no Brasil, em Espanha ou na Rússia, o panorama alterou-se...a diferença e importância entre o perder ou ganhar, acentuou-se, levando a uma alteração gradual na forma de jogar, que culminou naquilo que hoje é praticado...
Hoje valoriza-se o jogar em segurança, o evitar o erro, hoje tenta-se desequilíbrios através de duelos individuais em alternativa a movimentos colectivos coordenados, hoje os tempos de ataque são muito curtos, a equipa troca no máximo 3 passes e chuta-se à baliza.
Como os jogadores estão mais bem preparados fisicamente, o jogo tornou-se mais físico, de muita luta, mais rápido e intenso, perdendo muito da sua qualidade táctica...mas mais apelativo para as transmissões televisivas. A acrescentar a tudo isto, há uma nova visão da arbitragem sobre o jogo, com mais complacência à marcação de faltas....dando origem a um jogo mais duro, por vezes a roçar a violência.
Depois disto tudo...está mais fácil jogar futsal, muito mais fácil.
Está muito mais fácil atenuarem-se as diferenças técnicas e tácticas entre as equipas.
Que ninguém se admire de aparecerem selecções cada vez mais próximo das melhores....Que ninguém se admire dos finalistas terem sido Argentina e Rússia...Que ninguém se admire das dificuldades que Sporting e Benfica têm por vezes em ganhar... Preparem-se porque vai continuar a acontecer.
Temos ainda o problema da Formação.
Antigamente os garotos jogavam futebol na rua e tinham toda a liberdade para errar, para criar, para "inventar", evoluíam errando...hoje são formatados desde pequenos, para ganhar....para não errar, para não "inventar", para jogar em segurança. Desaparecem os criativos, os "mágicos"...
Fazendo uma analogia com o futebol, o futsal está naquela fase que o futebol atravessou nas décadas de 70 e 80, em que o futebol inglês é que era bom, tendo como expoentes o Liverpool, Manchester e outros...o futebol tipicamente inglês de muita entrega, muita luta e jogo vertical. Mudaram-se os tempos e os próprios ingleses chegaram à conclusão que tinham de alterar a sua forma jogar e recorreram ao exterior. Hoje as grandes equipas jogam um futebol diferente, fruto do aparecimento de treinadores como Capelo, Anceloti, Mourinho e...Guardiola.
Eu fico a aguardar ansiosamente que no futsal apareça o "nosso" ....Guardiola.
Fiquem bem.
Luís Manta
O MUNDIAL, A SELECÇÃO, O SPORTING E O BENFICA
No momento que escrevo, ainda falta disputar o jogo que irá definir os 3º e 4º classificados no Campeonato do Mundo na Colômbia, entre Portugal e o Irão, mas isso não invalida nem influi no que vos quero expor.
Goste-se ou não da forma, eu pessoalmente não gosto, a selecção portuguesa teve a competência necessária para atingir os objectivos propostos, as meias-finais do campeonato do Mundo.
Verdade que o trajecto esteve facilitado, mas disso não temos culpa...a única culpa que temos é a de não termos aproveitado a oportunidade, próxima de ser única, de fazermos história e termos ido mais além...
E aqui é que está a grande questão...o problema é do seleccionador e dos jogadores ? Em minha opinião não, o seleccionador, embora discorde de algumas opções e gestão, considero uma pessoa competente, conhecedora e empenhada. Face ao contexto e se eu estivesse no lugar dele, se calhar teria feito pior... Quanto aos jogadores, no lote que foi, estarão os 8 a 10 melhores seleccionáveis, os outros são sempre uma questão de opção pessoal...mas no fundo os melhores estão lá (salvo um ou outro).
Então qual é o problema ?
O problema são as politicas desportivas do Sporting C. P. e S.L.Benfica para a modalidade.
Passo a explicar, porque não sou de fazer criticas só porque sim...
Sporting e Benfica, só investem na Formação, porque têm de ser campeões em tudo o que mexe...seja Iniciados, Juvenis, Juniores, faz parte do ADN a glorificação.
Já vai o tempo em que o Sporting C.P. sob o comando de Orlando Duarte, nos dava jogadores como Pedro Costa, João Benedito e outros....essa politica acabou, já vão uns anos bons e ninguém da formação estabiliza e dá o seu contributo sério na equipa principal.
Quanto ao S.L.Benfica, na modalidade desde 2001, não há registo de nenhum jogador da formação que tenha estabilizado, dando um sério contributo à equipa principal...
Estas equipas não valorizam o jogador português, querem é ganhar....
Ambas as equipas, têm duas formas de reforçar a sua equipa principal, primeiro reforçam-se no estrangeiro e depois, contratam tudo o que mexe com qualidade a nível nacional, seja no Braga, nos Leões, no Burinhosa...com a agravante que as contratações nacionais, normalmente jovens com potencial, vão ter pouco tempo de jogo de competição, prejudicando a sua evolução.
Depois disto, a grande penalizada é a selecção nacional...pois, salvo os "estrangeiros" Ricardinho (sem dúvida o melhor do mundo) e Cardinal, bem como os jogadores do Braga/AAUM, mais ninguém tem ritmo competitivo ao mais alto nível.
Qual o tempo de jogo no campeonato passado de Bébé (um dos melhores no Mundial) ?
E Fábio Felicio ? E Miguel Ângêlo (no Sporting) ? E Ré ? E Djô ? E Pedro Cary (que ano após ano, perde espaço) ?
É que jogadores sem ritmo competitivo elevado...normalmente falham nos momentos cruciais.
O problema é este...se no futebol a politica é a mesma, mas os jogadores têm a possibilidade de ir para o estrangeiro, para campeonatos mais competitivos e evoluir, já no futsal já tal não é possível por falta de procura...
Enquanto esta conjuntura se mantiver, bem podemos acreditar ou ter fé...que não há milagres.
Fiquem bem, que eu vou andando por aí.
Luís Manta
sábado, 16 de julho de 2016
A RENOVAÇÃO DA CÉDULA DE TREINADOR - 3 - Por Luís Manta
Não tenho conhecimentos de Direito, mas pela informação que vou obtendo sobre o assunto, a "coisa" não anda muito longe do que vou descrever.
O Parlamento Europeu legisla sobre tudo o que é comum e do interesse da CE.
Legislação que poderá não ser imperativa mas indicativa dos caminhos a seguir...
Assim, quanto à renovação das Cédulas Profissionais das actividades, a CE deu indicação que a renovação das mesmas se devia obter com recurso a formação continua...
Acontece que como sempre, " há gente mais papista que o Papa ", vai daí, o "nosso" Parlamento mal aconselhado ( o tal bom aluno ) e sem ter em conta o mínimo da realidade desportiva do País, legislou à letra a directiva europeia, dando ao IPDJ poderes para aplicar a Lei...
O que se passa com os "Créditos" para renovação da Cédula Profissional de Treinador é transversal a todas as modalidades...resta saber é se é mesmo assim em todas.
Desconheço se noutras modalidades existe algum descontentamento, o que me é indiferente, pois não penso pela cabeça de outrem...
Alguém acredita que a CE não deu directrizes para que as Cédulas Profissionais de outras actividades, também não tivessem formação contínua, tais como os médicos, os arquitectos, os engenheiros, os advogados e outras ? Pois...e as Ordens dessas actividades alinham nisso ? Claro que não...
Podemo-nos rebelar contra a situação, mas direi que é inútil, o problema não é restrito ao futsal mas sim a todas as modalidades...o FUTSAL só tem o ónus de estar agregado à FPF, onde tudo é mais caro, relativamente às outras modalidades.
Vamos andando por aí.
Luís Manta
10 de Maio de 2016
O ANTIGAMENTE E O AGORA
Por defeito ou por virtude, existe sempre a tendência para se comparar o passado com o presente.
Grande parte das vezes e o futsal não foge à regra, derivado da realidade do momento e dos contextos, caímos no erro de comparar o incomparável...
É evidente e do reconhecimento de todos nós que a modalidade evoluiu com o decorrer dos tempos, hoje o profissionalismo é uma realidade, embora restrito a duas equipas, há uma Federação Portuguesa de Futebol mais próxima do futsal, a consciencialização de todos os agentes da importância da modalidade no contexto nacional, maior e melhor oferta de formação, diferentes quadros competitivos com maior abrangência nacional, transmissões televisivas semanais...tudo isto, faz parte da realidade actual do futsal.
Na vertente das condições de trabalho das equipas de Top profissionais, então estamos ao nível do melhor que há...
Então se temos todas estas condições, qual a razão porque deixámos de conquistar títulos internacionais a nível de clube ou de selecção, já para não ir muito atrás, porque não conseguimos repetir o 3º lugar de Guatemala ? Eu sei, a sorte tem sido madrasta e também depende em parte dos emparelhamentos dos sorteios, mas só isso explica ?
A minha explicação e é só minha, assumo-a, tem a haver com a politica desportiva das equipas profissionais, Sporting C.P. e S.L.Benfica.
Enquanto estes dois clubes somente olharem para o seu "umbigo", os seus interesses e não para a modalidade, pouco há a fazer...
Enquanto a valorização dos plantéis continuar a passar pela contratação de jogadores estrangeiros, alguns que não trazem valor acrescentado, em detrimento do jogador português.
Enquanto estas equipas não entenderem que a vinda de jogadores estrangeiros, retira tempo de jogo e consequente evolução ao jovem português, com danos colaterais para a selecção.
Enquanto os seus treinadores não perceberem que têm responsabilidades acrescidas no panorama do futsal nacional pela qualidade do futsal praticado pelas suas equipas, que são uma referência para muitos treinadores, com a consequente cópia de ideia de jogo.
Enquanto a ideia de jogo de ambas as equipas, for tipo "fast food", com grande pragmatismo, onde só interessa o resultado e tudo vale para alcançar o seu objectivo.
Enquanto a intensidade, a velocidade e a disputa, se sobrepuserem ao colectivo, à estratégia, à táctica e à técnica, estas equipas vão conseguindo os seus objectivos a nível interno mas nunca ganharão nada a nível internacional.
Enquanto a qualidade do futsal praticado não for proporcional ao investimento efectuado pelos clubes, o futuro não será risonho, mas antes periclitante...
Concluindo, é incrível, com as condições existentes hoje ao mais alto nível, continuarmos a assistir a espectáculos degradantes no aspecto técnico e táctico, como aquele que foi dado a assistir da final da Taça de Portugal. Estes dérbies, de há uns anos a esta parte, sempre tiveram qualidade medíocre (só os mais distraídos ou menos exigentes estranham), este só foi um pouquinho pior.
Não se compreende, as condições de trabalho a evoluírem e a qualidade de jogo apresentada a regredir.
29 de Abril de 2016
A DERROTA APLICADA AO S.L.BENFICA
Em face do jogo da 1ª volta entre o S.L.Benfica e o C.F."Os Belenenses" efectuado a 31 de Outubro ter sido transmitido em diferido pela BTV, foi agora, averbada a derrota ao S.L.Benfica...
Desconheço o Regulamento que pune tal infracção, mas não tenho dúvidas que existe...as minhas dúvidas vão para o tipo de sanção, será que era a única ? Não haveria outra, talvez a pecuniária ?
Normalmente as infracções têm diversos tipos de penalização, consoante a sua gravidade...
Mas não é propriamente sobre isto que quero falar, a mim o que mais me escandaliza e não devia...é o facto da demora na decisão e o "timing". Não devia escandalizar porque já devia estar habituado.
Não me esqueço dos incidentes em Loures no jogo entre o S.C.Portugal e S.L.Benfica, os Processos Disciplinares levantados e a demora da sua conclusão...
O Concelho de Disciplina da F.P.F. que tem como principal característica a "falta de tempo" para decidir... O último caso foi a demora a decidir a sanção a Slimani.
Vir decidir numa fase crucial da época, não para o S.L.Benfica, mas sim para a luta pelo acesso ao Play Off da fase final do Campeonato Nacional, é absolutamente inconcebível...
Como se devem sentir os clubes que lutam lado a lado com o C.F."Os Belenenses" pelo acesso ao Play Off ?
O C.F."Os Belenenses" sem ter culpa nenhuma, consegue antecipadamente o acesso caído do céu...
A Federação Portuguesa de Portuguesa que, reconheço, tem tido um trabalho meritório na promoção da modalidade, vem agora dar uma chumbada na credibilidade da modalidade...
Por muitas voltas que se dê, não há remédio...o FUTSAL está enredado nos vícios do futebol.
Concluindo, considero uma VERGONHA, não o castigo, mas o momento em que ele saí...
Meu pobre futsal, uma modalidade de tostões, metida numa camisa de sete varas (estrutura) que vale milhões...
Era só isto...
13 de Março de 2016
O JOGADOR PORTUGUÊS
Se o jogador brasileiro se caracteriza pelo talento puro e vocação inata para a prática da modalidade, já o jogador espanhol se caracteriza pela capacidade técnica e rigor táctico, fruto de uma politica desportiva com objectivos bem definidos par a modalidade.
O jogador português, até há bem pouco tempo, caracterizava-se por ser um mix do jogador brasileiro e espanhol, onde imperava a criatividade, com boa técnica e um conhecimento táctico aceitável.
Acontece que resultado da falta de uma politica desportiva para a modalidade ( o Plano Estratégico para a Modalidade, não passa de uma treta, de algo bonito e bem escrito, para "inglês ver"), o que caracterizava o jogador português e disso fazia a mais valia, a sua enorme criatividade...tende a desaparecer.
A questão prende-se com a formação ou falta dela, dos treinadores / monitores dos escalões jovens.
A nossa realidade (haverá honrosas excepções), é que grande parte da formação nos clubes é desajustada e inadequada à idade dos garotos.
Há a nítida percepção que a aprendizagem é acelerada, saltam-se etapas de evolução e para ganhar...vale tudo.
Os treinadores/monitores por desconhecimento ou deficiente formação, desde muito cedo, aplicam metodologias de treino mais direccionadas para jogadores seniores do que para jovens aprendizes da modalidade...Há a tendência para aplicar o que se vê nas equipas seniores.
Um jovem jogador aprendiz de futsal, precisa de ver incentivada a sua criatividade, precisa de ter espaço para errar...os aspectos técnicos e tácticos do jogo, deverão vir de forma gradual e evolutiva.
Há treinadores, para quem parece que o mundo acaba amanhã e querem passar a informação toda de uma vez...
Quartar a criatividade a um jovem, é crime lesa futsal...
Por este andar, jogadores como Ricardinho, Nélito, André Lima, Miguel Mota, João Leite, Manuel Azevedo e outros tantos...não voltam a aparecer.
É urgente, definir o que deve caracterizar o jogador português e partir para uma formação competente e acessível.
Como ? Reformulando tudo o que se destina à formação de treinadores/monitores de escalões jovens (desde acessibilidade a preços, passando por conteúdos programáticos), depois dar formação aos formadores....que bem precisam.
Era só isto e é o meu pequeno contributo...
Luís Manta
Exmº Senhor
Rui Pedro Bráz
Comentador de Futsal da TVI
Dirijo~lhe esta carta após a audição de um comentário seu na antevisão ao jogo Sérvia - Portugal a contar para o Europeu da modalidade a disputar em Zagreb que decorreu no sábado dia 06 de Fevereiro pºpº.
Disse então o Sr. Rui Pedro Bráz, que os jogadores que integravam a selecção que nos representou na Guatemala "...não tinham formação, eram oriundos do futebol de rua".
O desconhecimento não é grave, grave é querer fazer passar como verdade algo que não é, com a agravante de ser num meio de comunicação social. Fica a ideia que a modalidade não era organizada...
Então o Costinha não teve formação no Sporting ? O André Lima não teve no Miramar ? o Nélito não teve no Correio da Manhã ? E fico-me por aqui...
Mas não quero que fique sem conhecimento da modalidade que lhe dá algum rendimento a ganhar ao fim do mês e passo-lhe a explicar um pouco da sua história.
Em 1º lugar quero corrigi-lo e dizer-lhe que o mundial da Guatemala se realizou de 18 de Novembro a 3 de Dezembro de 2000 e não em 2001 como disse.
Decorria a década de 80 do século passado e foram organizados 2 Torneios Eusébio em futebol de salão, com grande adesão de equipas, às centenas. O primeiro torneio teve tal êxito que no ano seguinte foi organizado novamente.
Daí, foi um passo para organizar uma modalidade que se caracterizava por ser praticada em torneios organizados por todos o País.
Fundou-se a Federação Portuguesa de Futebol de Salão, ligada à FIFUSA, apareceu a Liga Portuguesa de Futebol de Salão, com vida efémera e a AFL a organizar os campeonatos distritais de Futebol de Cinco.
Na Federação Portuguesa de Futebol de Salão pontificou como seu expoente o G.D.Correio da Manhã, No campeonato organizado pela Liga Portuguesa Futebol de Salão, ainda participaram o G.D.Correio da Manhã e o S.C.Portugal e, nos campeonatos de Futebol de Cinco, inicialmente distritais organizados pela AFL e depois nacionais já pela FPF, pontificou o Sporting C.P.
Já na década de 90, foi fundada a Liga Portuguesa de Futsal com carácter regional e a norte, onde pontificou o Miramar F.C.
O FUTSAL deriva de um misto de regras de jogo do futebol de salão e de futebol de cinco, de modo a colmatar as clivagens no seio da modalidade e assim, uniformizar regras e aglutinar o máximo de praticantes. Mérito da FIFA que teve essa visão em detrimento da FIFUSA.
Quando em 2000 decorreu o Mundial da Guatemala, já em Portugal desde 1995 a modalidade era praticada de forma uniformizada.
Antes disso, para que tenha conhecimento, Portugal foi Campeão do Mundo, Campeão da Europa e ganhou Taças Latinas, tudo em selecções de futebol de salão, foi Campeão Europeu e Campeão Ibérico de clubes, também em futebol de salão.
Que a modalidade se organizou melhor, que evoluiu...é verdade, agora esquecer todo um trabalho efectuado a montante de 2000 e tratá-lo como se futebol de rua fosse, não aceito.
Dito isto, a modalidade em todas as suas vertentes e que lhe deram origem, é muito anterior ao tal ano de 2000 do Mundial da Guatemala. Formou grandes jogadores que hoje são mitos da modalidade.
Em jeito de despedida, peço-lhe para acabar com o cognome de "carrocel" ao conjunto de movimentos ofensivos coordenados executados pela selecção espanhola...é que o futsal, por muito que o queiram fazer parecer, não é uma feira.
Atentamente,
Luís Manta
Amante da modalidade há mais de 40 anos.
sábado, 9 de maio de 2015
ALTERAR OU NÃO, AS REGRAS - Por Luís Manta
Começo por recordar os primórdios da modalidade (cá em Portugal) onde não havia organização e floresciam os Torneios de verão pelo País inteiro, onde as regras estavam consensualmente estabelecidas, o GR não podia sair fora da área, O GR ao repor a bola em jogo, esta tinha de tocar no seu meio-campo, não era permitido levantar a bola acima do joelho (ou cintura, conforme os torneios), não era permitido fazer golos dentro da área...
Numa breve análise feita a este resumo das regras de jogo de antigamente, constata-se que os problemas que tanto se reclama hoje em dia...o GR Avançado e o jogo directo, não tinham cabimento segundo as regras de então.
Será que aqui também imperou a sapiência da experiência adquirida ?
Ao alterar-se as regras não se estará a retroceder no progresso da modalidade ?
Estou à vontade para falar sobre o assunto, porque pelos escritos que tenho feito ao longo do tempo, sempre me manifestei anti-GR Avançado e jogo directo, motivo pelo qual, penso ter alguns créditos para falar sobre o assunto.
Sobre o recurso ao GR Avançado, que é uma utilização licita das regras do jogo, quer-me parecer que mais importante que reclamar, se devem canalizar as atenções para arranjar esquemas tácticos que contrariem este tipo de sistema ofensivo, constatando-se que actualmente já se defende muito melhor à Zona e poucos efeitos positivos produz, salvo a estratégia tipo Kairat, que terá de ter uma abordagem diferente.
Quanto ao jogo directo, recurso por opção táctica de determinados treinadores ou por incapacidade de sair de pressão alta, aqui é uma questão de qualidade e filosofia de jogo, parecendo-me descabido qualquer possível alteração às regras.
A modalidade evoluiu no tempo e estabilizou as suas regras.
Dentro das regras do jogo, várias formas de jogar se podem encontrar e o belo da modalidade está precisamente aí...na inovação e no contrariar.
Por hoje era só isto.
Luís Manta
segunda-feira, 27 de abril de 2015
COMO EU VI A UEFA CUP 2015 - Por Luís Manta
De acordo com os diversos comentários que fui lendo, quer de interpretes, quer de adeptos, a organização esteve excelente e está de parabéns a organizadora do evento, a secção de futsal do Sporting C. Portugal.
Quanto ao futsal propriamente dito, sem novidades.
O Dína de Moscovo na linha de participações de equipas russas..., o Barcelona um pouco mais fraco, menos coeso, o Kairat a ser novidade só para os distraídos e o Sporting C. Portugal a fazer pela vida e a estar ao nível do exigido.
No jogo Sporting C. Portugal vs F.CV. Barcelona, o Sporting vendeu cara a eliminação, tendo uma prestação bem conseguida e merecendo a decisão no prolongamento. O Barcelona há semelhança de jogos decisivos anteriores, teve algumas dificuldades no plano defensivo, na eficácia da finalização e na concentração. Acabou por ganhar fruto da maior qualidade individual e experiência dos seus jogadores.
No jogo de apuramento para os 3 e 4º lugares entre o Sporting e o Dína, vitória expressiva e concludente do Sporting, marcando a diferença de postura de ambas as equipas na abordagem ao jogo. Uma ambiciosa, a mostrar o seu colectivo, a querer mostrar o seu valor, a não deitar a toalha ao chão e outra, frustrada, desastrada, desanimada, sem convicção...
Sobre a final, tratou-se de um jogo bem disputado, bem jogado, com vencedor merecido.
A estratégia ofensiva da equipa do Kairat não é novidade para ninguém ligado à modalidade. Longe de pensar que o trabalho de casa não foi efectuado pelos adversários, tudo gente profissional, acho que as opções não foram as melhores.
O Kairat ao ter como estratégia ofensiva o recurso ao GR Avançado durante todo o jogo, coloca dificuldades de coesão defensiva e concentração, pouco habituais às equipas adversárias. O Kairat num trabalho que já leva alguns anos, está preparado táctica e mentalmente para o efeito e as equipas adversárias, não...defender o GR Avançado 5' é uma coisa, defender durante 40' é outra absolutamente diferente.
Só há duas opções, ou recuamos as linhas de marcação e deixamos o Kairat ter a iniciativa ou subimos as linhas de marcação, fazemos pressing em todo o campo e não deixamos o Kairat jogar...o que não é fácil.
Tanto o Dína de Moscovo como o Barcelona, recuaram as linhas e deram a iniciativa ao Kairat com as consequências já conhecidas. Mesmo aqui, poderia ter havido uma postura de defesa agressiva, ou seja, induzir o Kairat a jogar nas alas e aí criar situações de superioridade numérica para fazer roubos de bola, mas não, e tantas vezes o cântaro vai à fonte...
É desgastante defender desta forma o Kairat, pois a equipa tem as situações de ataque bem rotinadas e mesmo quando perde a posse de bola, raramente deixa atacar...
A alternativa seria subir as linhas de marcação, fazer um pressing constante sobre todos os jogadores, um sufoco, não deixando o Kairat jogar de GR Avançado...não é fácil, mas com um trabalho profissional, é perfeitamente exequível.
O próprio Kairat, reconheça-se, evoluiu na fase de construção de jogo (sem recurso a GR Avançado) quando de posse de bola, apareceu autoritário, fluido, sem recurso a jogo directo constante.
Justo vencedor.
Já o disse, não nutro uma ponta de simpatia (antes pelo contrário) pela estratégia utilizada pelo Kairat, acho que tira espectacularidade ao jogo...no entanto, penso que a solução não passa por alterar as regras do jogo, mas sim por as equipas adversárias fazerem bem o trabalho de casa para contrariar esta estratégia.
Não colhe o argumento sistemático de que estas equipas não são russas, ou italianas, ou cazaquistãs, ...etc por terem muitos jogadores brasileiros, porque a realidade do futebol não é muito diferente, então se atendermos às equipas de top portuguesas e verificarmos quantos jogadores portugueses jogam...
Voltei a não gostar da arbitragem, existe muita confusão na definição de "disputa de bola" com a consequência do não sancionar de inúmeras faltas, empurrões e bloqueios que são puros "abraços", sistematicamente sem punição...
Remato dizendo que o Sporting C. Portugal não se apresentou deficitário em termos de trabalho colectivo de equipa, apresentou-se bem preparado, bem trabalhado, fica-me a convicção, que a diferença esteve na qualidade individual dos jogadores.
Fica uma imagem bastante positiva da equipa do Sporting C. Portugal, com boas indicações para a Final-Four da Taça de Portugal que aí se avizinha.
É só isto.
Luís Manta
O SISTEMA DE JOGO 4:0 Por Luís Manta
Começo por dizer que o Sistema de Jogo Ofensivo 4:0 foi criado por um grande senhor do futsal mundial chamado Zego, brasileiro de nacionalidade. Zego fez escola em Portugal no Miramar e no Freixieiro a trabalhar a formação.
O Sistema de Jogo Ofensivo caracteriza-se por trabalhar o ataque planeado (fase de construção) com grande dinâmica, com quatro jogadores atrás da linha da bola no momento do passe, salvo, no momento de executar os deslocamentos (movimentos e entradas) e o passe de roptura para finalização (fase de finalização).
Esta equipa de então, assumiu este Sistema de Jogo com tanta personalidade que o mesmo se confundia com o Modelo de Jogo.
Reconheço que se tornava algo repetitivo e que para defrontar equipas que não davam as costas ou seja que jogavam com uma Linha de Marcação muito recuada, sentia dificuldades. Mas eu gostava de ver.
Para os mais jovens aderentes ao futsal que não puderam assistir, direi que era uma espécie de Barcelona em futebol.
Faço este artigo de opinião, por com grande frequência ouvir agentes do futsal dizerem que a sua equipa ou outras, jogam no sistema 4:0. Ora tal não é verdade, ou por outra, não é exacto.
Ora o que acontece é que as equipas, grande parte das vezes o que executam é um sistema híbrido entre o 4:0, o 2:2 e o Padrão Redondo, com muitos apoios "entre linhas". Resta saber se é por deficiente execução do Sistema 4:0 ou por opção.
Eu não digo que está errado e que não concordo com esta maneira de jogar, antes pelo contrário, acho que é diversa e com muitas opções ofensivas, só peço é que não chamem 4:0, não só porque não é verdade, como também é adulterar algo que não deve ser adulterado. Chamemos-lhe Sistema Diverso ou algo parecido.
Acabo dizendo que não conheço nenhuma equipa de futsal em Portugal na 1ª Divisão, que nos últimos anos tenha assumido o Sistema de Jogo 4:0 como sua referência de jogo ofensivo.
Segunda-feira, 11 de Fevereiro de 2013
O MODELO DE JOGO Por Luís Manta
A essa ideia de jogo uns chamam Modelo de Jogo, outros Padrão de Jogo, outros simplesmente Ideia de Jogo, ainda Matriz de Jogo e, outros nomes há para definir a mesma coisa.
De referir que, erradamente, nos referimos a Modelo de Jogo como se só existisse no aspecto ofensivo.
Modelo de Jogo não é o mesmo que Sistema de Jogo.
Pelo facto de uma equipa ter rotinas de jogar ofensivamente no Sistema 3x1 (exemplo), isso por si só, não chega para caracterizar, ou identificar o Modelo de Jogo Ofensivo da equipa, poderá ser um dos aspectos, mas não é só.
O Modelo de Jogo não é mais que um conjunto de conhecimentos sistematizado teórico-práticos que apontam para uma ideia de jogo pensada.
O Modelo de Jogo é uma ajuda importante na identidade da equipa.
Consegue-se adquirir um Modelo de Jogo através da assimilação no plano teórico por parte dos jogadores dos objectivos pretendidos e repetições em treino de exercícios, concebidos e adequados a essa mesma ideia de jogo pensada. É isso que vai caracterizar a equipa.
Acontece que no decorrer de uma época desportiva, equipas há, que não conseguem apresentar um Modelo de Jogo sustentado, bem identificado, é aquilo que chamo equipas amorfas, sem identidade.
Direi que para caracterizar um Modelo de Jogo Ofensivo deve-se ter em atenção, os tempos de ataque (curtos ou prolongados, mais ou menos "posse de bola"), as zonas de ataque que privilegia (corredor central ou laterais, joga preferencialmente em 3x1 ou 2x2 etc.), e a intensidade (agressividade e dinâmica de deslocamentos).
Quanto ao Modelo de Jogo Defensivo, será basicamente a intensidade (agressividade e dinâmica de deslocamentos) e o tipo de marcação (Sistema defensivo).
Exemplo de Modelo de Jogo Ofensivo de uma equipa ; A equipa privilegia a posse de bola com boa dinâmica, com apoios entre-linhas, dando profundidade ao jogo através de acções ofensivas para finalização pelo jogo exterior.
Exemplo de Modelo de Jogo Defensivo de uma equipa : A equipa mostra grande agressividade na recuperação da posse de bola e defende HxH em pressão alta.
O Modelo de Jogo a implantar numa equipa deve ter sempre em consideração as capacidades físicas, técnico-tácticas e psicológicas dos executantes.
Segunda-feira,11 de Fevereiro de 2013
A CONFUSÃO DAS LINHAS Por Luís Manta
Quando se fala de futsal no plano táctico, com frequência temos que nos referir a "linhas". Esta expressão é muito utilizada em comentários televisivos.
Acontece que por parte dos receptores da mensagem, tenho-me apercebido de alguma "confusão" no que respeita às "linhas". Por exemplo, quando nos referimos só a "1ª linha", é passivel de alguma confusão, pois há dois tipos de "linhas".
Este assunto merece que lhe dedique alguma atenção.
Primeiro há que lembrar a definição de ambos os tipos de "linhas".
LINHAS DE MARCAÇÃO – Pode-se considerar uma linha imaginária paralela à linha de baliza a partir da qual a equipa que defende pressiona o portador da bola. A localização da linha está previamente definida. O seu Nº é indefinido, são quantas as linhas que o treinador entender.
Linha 1 – Será uma linha imaginária paralela à linha de baliza que passa na marca dos 10 M no meio campo adversário. Apropriado a uma defesa de pressão alta.
Linha 2 – Uma linha imaginária tangente ao circulo central ainda no meio campo adversário e paralela à linha de baliza.
Apropriado a uma postura de observação e estudo da equipa adversária.
Linha 3 – Uma linha imaginária paralela à linha de baliza que passa na marca dos 10 M no meio campo defensivo. Apropriado a uma postura de espera, apostando em acções ofensivas de transição.
O Nº de "Linhas de Marcação" e sua localização são do critério do treinador. Eu tenho a minha opinião.
LINHAS DEFENSIVAS – São linhas imaginárias paralelas à linha de baliza, definidas pelo posicionamento dos jogadores dentro de um sistema defensivo.
Linhas Defensivas de defesa em 1:2:1 (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos três linhas defensivas, a 1ª do jogador mais adiantado e próximo do portador da bola, asegunda dos dois jogadores mais atrasados que fazem a cobertura densiva e a terceira, do último jogador (fixo) que faz marcação ao pivot.
Linhas Defensivas de defesa em Quadrado (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos duas linhas defensivas, a 1ª com os dois jogadores mais adiantados e a 2ª dos jogadores mais atrasados que fazem a cobertura defensiva.
Posto isto, verifica-se que as Linhas de Marcação são fixas, são previamente definidas pelo treinador quanto ao seu Nº e sua localização.
Já as Linhas Defensivas são móveis, dependem da dinâmica do jogo e do Sistema Defensivo utilizado pela equipa.
A 1ª Linha Defensiva de uma equipa, por vezes, coincide com uma Linha de Marcação.
Quando se fala em "entre linhas", falamos em Linhas Defensivas, normalmente linhas adversárias.
Se falamos em "1ª linha", há que definir a que tipo de linhas nos estamos a referir, porque há "1ª linha defensiva" e "1ª linha de marcação".
QUARTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2013
O SPORTING NO FEMININO Por Luís Manta
O Sporting Clube de Portugal, quer se goste ou não, é uma das grandes referências da modalidade em Portugal.
Faz parte de um pequeno lote de clubes que tem resistido de pedra e cal a diversas crises. Lembro que o S.C.P. está desde o inicio na modalidade.
Recordando nós, que nas últimas épocas temos assistido ao esboroar de clubes que ganharam, por mérito próprio, um espaço de referência na modalidade, é de louvar a iniciativa do Sporting Clube de Portugal em apostar no futsal feminino. Não desinveste, antes pelo contrário, investe.
O futsal feminino bem precisa deste "empurrão".
Se o futsal ", foi durante tantos anos, o "parente pobre" do futebol junto da F.P.F.( reconheça-se que com esta nova Direcção da F.P.F. está a ter o impulso há muito desejado), dentro da organização do Futsal a vertente feminina, ainda mais razões de queixa tem.
Todas as iniciativas que visem o desenvolvimento e divulgação do futsal feminino são bem vindas e esta do S.C.P. é uma delas.
Só o facto de ser noticia nos media, já é relevante. Será que se fosse um outro qualquer clube, sem a dimensão do S.C.P. teria o mesmo tratamento da comunicação social ? Não, claro que não, razão pela qual é muito importante para o futsal feminino a adesão do Sporting C. Portugal.
O futsal feminino precisa de exposição mediática de modo a ganhar mais simpatizantes e por via disso, mais praticantes. Precisa de ganhar dimensão.
Sobre o facto da Coordenadora/Treinadora ter sido "roubada" ao rival Sport Lisboa e Benfica, é o menos importante. Sou de opinião que tudo podia e era desejável que fosse feito de forma transparente e não foi.
Aliás este "roubo" tem um efeito positivo, fez com que a escolha do SLB recaísse em Alípio Matos, um treinador competente e prestigiado, sem dúvida, uma mais valia para o futsal feminino.
Acabo estas linhas dizendo que sou um recém aderente ao futsal feminino (desde 2010 através da minha passagem pelo S.L.B.) e recomendo vivamente que as pessoas se deixem de preconceitos e adiram.
QUINTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2013
FORMAÇÃO II Por Luís Manta
Depois de ter dedicado um artigo à dificuldade que os Treinadores / Monitores ligados à Formação têm em ser credenciados para o efeito, hoje dedicarei estas linhas a fazer um esboço daquilo que entendo ser um Organograma simples e hábitos de trabalho, para um clube que tenha todos os escalões de formação.
Deverão os escalões de formação ter o mesmo padrão de jogo da equipa sénior ? Não, penso que não.
Os atletas Sub 19 que sobem a seniores, devem dominar todos os aspectos do jogo, quer técnicos quer tácticos, de modo a estarem preparados para qualquer solicitação.
Deve, isso sim, haver uma interligação muito estreita entre a equipa Sub 19 e a equipa sénior, mesmo ao nível do treino, para facilitar a adaptação.
1º Há que definir objectivos por parte do clube. Se é só formar ou se é formar e ganhar. A diferença está essencialmente na atitude a transmitir aos atletas e nas etapas de aprendizagem em cada escalão.
Poderá haver acompanhamento escolar.
Definidos objectivos e transmitidos ao Coordenador Técnico da Formação, passamos ao Organograma muito simples:
- Director Desportivo / Seccionista
- Coordenador Técnico da Formação
- Treinadores /Monitores dos escalões
Competências do Director Desportivo / Seccionista :
- Responsável pela parte administrativa e logística de tudo ligado à Formação.
- Responsável por promover reuniões periódicas de avaliação do desempenho com o Coordenador Técnico.
Competências do Coordenador Técnico :
- Responsável pela coordenação técnica de todos os escalões de formação.
- Responsável pela decisão de quais os atletas que sobem de escalão de competição no final de época. Decisão tomada após reunião com Treinador / Monitor do escalão actual e Treinador / Monitor do escalão imediato.
- Promover formação interna aos Treinadores / Monitores.
- Definir objectivos formativos e desportivos em conjunto com cada Treinador / Monitor.
- Acompanhar treinos e promover reuniões de trabalho de carácter periódico com os Treinadores / Monitores para entre outras coisas, fazer avaliação da execução dos objectivos.
.
Competências do Treinador / Monitor :
- Formar os atletas na iniciação desportiva à prática do futsal de acordo com os objectivos previamente definidos com o Coordenador Técnico.
Exemplo de objectivos: Escolinhas - No final da época deverão os garotos estar habituados a recepcionar a bola com a sola do pé e transportar a bola, também, com a sola do pé.
Sub 11 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos técnicos individuais e incluindo recepções direccionadas com a sola do pé.
Sub 13 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos defensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 15 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos ofensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 17 - No final da época deverão os atletas dominar todos os aspectos defensivos e ofensivos do jogo.
Sub 19 - Dominando os atletas todos os aspectos do jogo e sendo a ante-câmara da equipa sénior, deve o Treinador ter uma estreita ligação ao Treinador da equipa sénior, de modo, inclusive, a que o planeamento de treinos seja aproximado.
- Planear atempadamente os treinos, preenchendo a respectiva folha de planeamento de treinos.
- Incutir responsabilidade e bons hábitos de treino aos atletas (de pequenino é que se torce o pepino).
- Reunir periodicamente com o Coordenador Técnico, para fazer ponto de situação da execução dos objectivos.
Além de tudo isto é importante instituir uma cultura de exigência, que abranja desde o Director ao atleta mais novo, havendo como é óbvio, a capacidade de discernir entre o que é exigível a uma criança de 10 anos ao jovem de 18 anos.
Este Organograma, sem muito detalhe, poderá ser uma base de trabalho que qualquer clube poderá executar, independentemente da sua grandeza.
Segunda-feira,11 de Fevereiro de 2013
A CONFUSÃO DAS LINHAS Por Luís Manta
Quando se fala de futsal no plano táctico, com frequência temos que nos referir a "linhas". Esta expressão é muito utilizada em comentários televisivos.
Acontece que por parte dos receptores da mensagem, tenho-me apercebido de alguma "confusão" no que respeita às "linhas". Por exemplo, quando nos referimos só a "1ª linha", é passivel de alguma confusão, pois há dois tipos de "linhas".
Este assunto merece que lhe dedique alguma atenção.
Primeiro há que lembrar a definição de ambos os tipos de "linhas".
LINHAS DE MARCAÇÃO – Pode-se considerar uma linha imaginária paralela à linha de baliza a partir da qual a equipa que defende pressiona o portador da bola. A localização da linha está previamente definida. O seu Nº é indefinido, são quantas as linhas que o treinador entender.
Linha 1 – Será uma linha imaginária paralela à linha de baliza que passa na marca dos 10 M no meio campo adversário. Apropriado a uma defesa de pressão alta.
Linha 2 – Uma linha imaginária tangente ao circulo central ainda no meio campo adversário e paralela à linha de baliza.
Apropriado a uma postura de observação e estudo da equipa adversária.
Linha 3 – Uma linha imaginária paralela à linha de baliza que passa na marca dos 10 M no meio campo defensivo. Apropriado a uma postura de espera, apostando em acções ofensivas de transição.
O Nº de "Linhas de Marcação" e sua localização são do critério do treinador. Eu tenho a minha opinião.
LINHAS DEFENSIVAS – São linhas imaginárias paralelas à linha de baliza, definidas pelo posicionamento dos jogadores dentro de um sistema defensivo.
Linhas Defensivas de defesa em 1:2:1 (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos três linhas defensivas, a 1ª do jogador mais adiantado e próximo do portador da bola, asegunda dos dois jogadores mais atrasados que fazem a cobertura densiva e a terceira, do último jogador (fixo) que faz marcação ao pivot.
Linhas Defensivas de defesa em Quadrado (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos duas linhas defensivas, a 1ª com os dois jogadores mais adiantados e a 2ª dos jogadores mais atrasados que fazem a cobertura defensiva.
Posto isto, verifica-se que as Linhas de Marcação são fixas, são previamente definidas pelo treinador quanto ao seu Nº e sua localização.
Já as Linhas Defensivas são móveis, dependem da dinâmica do jogo e do Sistema Defensivo utilizado pela equipa.
A 1ª Linha Defensiva de uma equipa, por vezes, coincide com uma Linha de Marcação.
Quando se fala em "entre linhas", falamos em Linhas Defensivas, normalmente linhas adversárias.
Se falamos em "1ª linha", há que definir a que tipo de linhas nos estamos a referir, porque há "1ª linha defensiva" e "1ª linha de marcação".
QUARTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2013
O SPORTING NO FEMININO Por Luís Manta
O Sporting Clube de Portugal, quer se goste ou não, é uma das grandes referências da modalidade em Portugal.
Faz parte de um pequeno lote de clubes que tem resistido de pedra e cal a diversas crises. Lembro que o S.C.P. está desde o inicio na modalidade.
Recordando nós, que nas últimas épocas temos assistido ao esboroar de clubes que ganharam, por mérito próprio, um espaço de referência na modalidade, é de louvar a iniciativa do Sporting Clube de Portugal em apostar no futsal feminino. Não desinveste, antes pelo contrário, investe.
O futsal feminino bem precisa deste "empurrão".
Se o futsal ", foi durante tantos anos, o "parente pobre" do futebol junto da F.P.F.( reconheça-se que com esta nova Direcção da F.P.F. está a ter o impulso há muito desejado), dentro da organização do Futsal a vertente feminina, ainda mais razões de queixa tem.
Todas as iniciativas que visem o desenvolvimento e divulgação do futsal feminino são bem vindas e esta do S.C.P. é uma delas.
Só o facto de ser noticia nos media, já é relevante. Será que se fosse um outro qualquer clube, sem a dimensão do S.C.P. teria o mesmo tratamento da comunicação social ? Não, claro que não, razão pela qual é muito importante para o futsal feminino a adesão do Sporting C. Portugal.
O futsal feminino precisa de exposição mediática de modo a ganhar mais simpatizantes e por via disso, mais praticantes. Precisa de ganhar dimensão.
Sobre o facto da Coordenadora/Treinadora ter sido "roubada" ao rival Sport Lisboa e Benfica, é o menos importante. Sou de opinião que tudo podia e era desejável que fosse feito de forma transparente e não foi.
Aliás este "roubo" tem um efeito positivo, fez com que a escolha do SLB recaísse em Alípio Matos, um treinador competente e prestigiado, sem dúvida, uma mais valia para o futsal feminino.
Acabo estas linhas dizendo que sou um recém aderente ao futsal feminino (desde 2010 através da minha passagem pelo S.L.B.) e recomendo vivamente que as pessoas se deixem de preconceitos e adiram.
A CONFUSÃO DAS LINHAS Por Luís Manta
Quando se fala de futsal no plano táctico, com frequência temos que nos referir a "linhas". Esta expressão é muito utilizada em comentários televisivos.
Acontece que por parte dos receptores da mensagem, tenho-me apercebido de alguma "confusão" no que respeita às "linhas". Por exemplo, quando nos referimos só a "1ª linha", é passivel de alguma confusão, pois há dois tipos de "linhas".
Este assunto merece que lhe dedique alguma atenção.
Primeiro há que lembrar a definição de ambos os tipos de "linhas".
LINHAS DE MARCAÇÃO – Pode-se considerar uma linha imaginária paralela à linha de baliza a partir da qual a equipa que defende pressiona o portador da bola. A localização da linha está previamente definida. O seu Nº é indefinido, são quantas as linhas que o treinador entender.
Linha 1 – Será uma linha imaginária paralela à linha de baliza que passa na marca dos 10 M no meio campo adversário. Apropriado a uma defesa de pressão alta.
Linha 2 – Uma linha imaginária tangente ao circulo central ainda no meio campo adversário e paralela à linha de baliza.
Apropriado a uma postura de observação e estudo da equipa adversária.
Linha 3 – Uma linha imaginária paralela à linha de baliza que passa na marca dos 10 M no meio campo defensivo. Apropriado a uma postura de espera, apostando em acções ofensivas de transição.
O Nº de "Linhas de Marcação" e sua localização são do critério do treinador. Eu tenho a minha opinião.
LINHAS DEFENSIVAS – São linhas imaginárias paralelas à linha de baliza, definidas pelo posicionamento dos jogadores dentro de um sistema defensivo.
Linhas Defensivas de defesa em 1:2:1 (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos três linhas defensivas, a 1ª do jogador mais adiantado e próximo do portador da bola, asegunda dos dois jogadores mais atrasados que fazem a cobertura densiva e a terceira, do último jogador (fixo) que faz marcação ao pivot.
Linhas Defensivas de defesa em Quadrado (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos duas linhas defensivas, a 1ª com os dois jogadores mais adiantados e a 2ª dos jogadores mais atrasados que fazem a cobertura defensiva.
Posto isto, verifica-se que as Linhas de Marcação são fixas, são previamente definidas pelo treinador quanto ao seu Nº e sua localização.
Já as Linhas Defensivas são móveis, dependem da dinâmica do jogo e do Sistema Defensivo utilizado pela equipa.
A 1ª Linha Defensiva de uma equipa, por vezes, coincide com uma Linha de Marcação.
Quando se fala em "entre linhas", falamos em Linhas Defensivas, normalmente linhas adversárias.
Se falamos em "1ª linha", há que definir a que tipo de linhas nos estamos a referir, porque há "1ª linha defensiva" e "1ª linha de marcação".
O Nº de "Linhas de Marcação" e sua localização são do critério do treinador. Eu tenho a minha opinião.
Linhas Defensivas de defesa em 1:2:1 (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos três linhas defensivas, a 1ª do jogador mais adiantado e próximo do portador da bola, asegunda dos dois jogadores mais atrasados que fazem a cobertura densiva e a terceira, do último jogador (fixo) que faz marcação ao pivot.
Linhas Defensivas de defesa em Quadrado (Defende a equipa de azul)
Verifica-se que de acordo com o posicionamento da equipa, temos duas linhas defensivas, a 1ª com os dois jogadores mais adiantados e a 2ª dos jogadores mais atrasados que fazem a cobertura defensiva.
Posto isto, verifica-se que as Linhas de Marcação são fixas, são previamente definidas pelo treinador quanto ao seu Nº e sua localização.
Já as Linhas Defensivas são móveis, dependem da dinâmica do jogo e do Sistema Defensivo utilizado pela equipa.
A 1ª Linha Defensiva de uma equipa, por vezes, coincide com uma Linha de Marcação.
Quando se fala em "entre linhas", falamos em Linhas Defensivas, normalmente linhas adversárias.
Se falamos em "1ª linha", há que definir a que tipo de linhas nos estamos a referir, porque há "1ª linha defensiva" e "1ª linha de marcação".
QUARTA-FEIRA, 6 DE FEVEREIRO DE 2013
O SPORTING NO FEMININO Por Luís Manta
O Sporting Clube de Portugal, quer se goste ou não, é uma das grandes referências da modalidade em Portugal.
Faz parte de um pequeno lote de clubes que tem resistido de pedra e cal a diversas crises. Lembro que o S.C.P. está desde o inicio na modalidade.
Recordando nós, que nas últimas épocas temos assistido ao esboroar de clubes que ganharam, por mérito próprio, um espaço de referência na modalidade, é de louvar a iniciativa do Sporting Clube de Portugal em apostar no futsal feminino. Não desinveste, antes pelo contrário, investe.
O futsal feminino bem precisa deste "empurrão".
Se o futsal ", foi durante tantos anos, o "parente pobre" do futebol junto da F.P.F.( reconheça-se que com esta nova Direcção da F.P.F. está a ter o impulso há muito desejado), dentro da organização do Futsal a vertente feminina, ainda mais razões de queixa tem.
Todas as iniciativas que visem o desenvolvimento e divulgação do futsal feminino são bem vindas e esta do S.C.P. é uma delas.
Só o facto de ser noticia nos media, já é relevante. Será que se fosse um outro qualquer clube, sem a dimensão do S.C.P. teria o mesmo tratamento da comunicação social ? Não, claro que não, razão pela qual é muito importante para o futsal feminino a adesão do Sporting C. Portugal.
O futsal feminino precisa de exposição mediática de modo a ganhar mais simpatizantes e por via disso, mais praticantes. Precisa de ganhar dimensão.
Sobre o facto da Coordenadora/Treinadora ter sido "roubada" ao rival Sport Lisboa e Benfica, é o menos importante. Sou de opinião que tudo podia e era desejável que fosse feito de forma transparente e não foi.
Aliás este "roubo" tem um efeito positivo, fez com que a escolha do SLB recaísse em Alípio Matos, um treinador competente e prestigiado, sem dúvida, uma mais valia para o futsal feminino.
Acabo estas linhas dizendo que sou um recém aderente ao futsal feminino (desde 2010 através da minha passagem pelo S.L.B.) e recomendo vivamente que as pessoas se deixem de preconceitos e adiram.
Faz parte de um pequeno lote de clubes que tem resistido de pedra e cal a diversas crises. Lembro que o S.C.P. está desde o inicio na modalidade.
Recordando nós, que nas últimas épocas temos assistido ao esboroar de clubes que ganharam, por mérito próprio, um espaço de referência na modalidade, é de louvar a iniciativa do Sporting Clube de Portugal em apostar no futsal feminino. Não desinveste, antes pelo contrário, investe.
O futsal feminino bem precisa deste "empurrão".
Se o futsal ", foi durante tantos anos, o "parente pobre" do futebol junto da F.P.F.( reconheça-se que com esta nova Direcção da F.P.F. está a ter o impulso há muito desejado), dentro da organização do Futsal a vertente feminina, ainda mais razões de queixa tem.
Todas as iniciativas que visem o desenvolvimento e divulgação do futsal feminino são bem vindas e esta do S.C.P. é uma delas.
Só o facto de ser noticia nos media, já é relevante. Será que se fosse um outro qualquer clube, sem a dimensão do S.C.P. teria o mesmo tratamento da comunicação social ? Não, claro que não, razão pela qual é muito importante para o futsal feminino a adesão do Sporting C. Portugal.
O futsal feminino precisa de exposição mediática de modo a ganhar mais simpatizantes e por via disso, mais praticantes. Precisa de ganhar dimensão.
Sobre o facto da Coordenadora/Treinadora ter sido "roubada" ao rival Sport Lisboa e Benfica, é o menos importante. Sou de opinião que tudo podia e era desejável que fosse feito de forma transparente e não foi.
Aliás este "roubo" tem um efeito positivo, fez com que a escolha do SLB recaísse em Alípio Matos, um treinador competente e prestigiado, sem dúvida, uma mais valia para o futsal feminino.
Acabo estas linhas dizendo que sou um recém aderente ao futsal feminino (desde 2010 através da minha passagem pelo S.L.B.) e recomendo vivamente que as pessoas se deixem de preconceitos e adiram.
QUINTA-FEIRA, 24 DE JANEIRO DE 2013
FORMAÇÃO II Por Luís Manta
Depois de ter dedicado um artigo à dificuldade que os Treinadores / Monitores ligados à Formação têm em ser credenciados para o efeito, hoje dedicarei estas linhas a fazer um esboço daquilo que entendo ser um Organograma simples e hábitos de trabalho, para um clube que tenha todos os escalões de formação.
Deverão os escalões de formação ter o mesmo padrão de jogo da equipa sénior ? Não, penso que não.
Os atletas Sub 19 que sobem a seniores, devem dominar todos os aspectos do jogo, quer técnicos quer tácticos, de modo a estarem preparados para qualquer solicitação.
Deve, isso sim, haver uma interligação muito estreita entre a equipa Sub 19 e a equipa sénior, mesmo ao nível do treino, para facilitar a adaptação.
1º Há que definir objectivos por parte do clube. Se é só formar ou se é formar e ganhar. A diferença está essencialmente na atitude a transmitir aos atletas e nas etapas de aprendizagem em cada escalão.
Poderá haver acompanhamento escolar.
Definidos objectivos e transmitidos ao Coordenador Técnico da Formação, passamos ao Organograma muito simples:
- Director Desportivo / Seccionista
- Coordenador Técnico da Formação
- Treinadores /Monitores dos escalões
Competências do Director Desportivo / Seccionista :
- Responsável pela parte administrativa e logística de tudo ligado à Formação.
- Responsável por promover reuniões periódicas de avaliação do desempenho com o Coordenador Técnico.
Competências do Coordenador Técnico :
- Responsável pela coordenação técnica de todos os escalões de formação.
- Responsável pela decisão de quais os atletas que sobem de escalão de competição no final de época. Decisão tomada após reunião com Treinador / Monitor do escalão actual e Treinador / Monitor do escalão imediato.
- Promover formação interna aos Treinadores / Monitores.
- Definir objectivos formativos e desportivos em conjunto com cada Treinador / Monitor.
- Acompanhar treinos e promover reuniões de trabalho de carácter periódico com os Treinadores / Monitores para entre outras coisas, fazer avaliação da execução dos objectivos.
.
Competências do Treinador / Monitor :
- Formar os atletas na iniciação desportiva à prática do futsal de acordo com os objectivos previamente definidos com o Coordenador Técnico.
Exemplo de objectivos: Escolinhas - No final da época deverão os garotos estar habituados a recepcionar a bola com a sola do pé e transportar a bola, também, com a sola do pé.
Sub 11 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos técnicos individuais e incluindo recepções direccionadas com a sola do pé.
Sub 13 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos defensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 15 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos ofensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 17 - No final da época deverão os atletas dominar todos os aspectos defensivos e ofensivos do jogo.
Sub 19 - Dominando os atletas todos os aspectos do jogo e sendo a ante-câmara da equipa sénior, deve o Treinador ter uma estreita ligação ao Treinador da equipa sénior, de modo, inclusive, a que o planeamento de treinos seja aproximado.
- Planear atempadamente os treinos, preenchendo a respectiva folha de planeamento de treinos.
- Incutir responsabilidade e bons hábitos de treino aos atletas (de pequenino é que se torce o pepino).
- Reunir periodicamente com o Coordenador Técnico, para fazer ponto de situação da execução dos objectivos.
Além de tudo isto é importante instituir uma cultura de exigência, que abranja desde o Director ao atleta mais novo, havendo como é óbvio, a capacidade de discernir entre o que é exigível a uma criança de 10 anos ao jovem de 18 anos.
Este Organograma, sem muito detalhe, poderá ser uma base de trabalho que qualquer clube poderá executar, independentemente da sua grandeza.
Deverão os escalões de formação ter o mesmo padrão de jogo da equipa sénior ? Não, penso que não.
Os atletas Sub 19 que sobem a seniores, devem dominar todos os aspectos do jogo, quer técnicos quer tácticos, de modo a estarem preparados para qualquer solicitação.
Deve, isso sim, haver uma interligação muito estreita entre a equipa Sub 19 e a equipa sénior, mesmo ao nível do treino, para facilitar a adaptação.
1º Há que definir objectivos por parte do clube. Se é só formar ou se é formar e ganhar. A diferença está essencialmente na atitude a transmitir aos atletas e nas etapas de aprendizagem em cada escalão.
Poderá haver acompanhamento escolar.
Definidos objectivos e transmitidos ao Coordenador Técnico da Formação, passamos ao Organograma muito simples:
- Director Desportivo / Seccionista
- Coordenador Técnico da Formação
- Treinadores /Monitores dos escalões
Competências do Director Desportivo / Seccionista :
- Responsável pela parte administrativa e logística de tudo ligado à Formação.
- Responsável por promover reuniões periódicas de avaliação do desempenho com o Coordenador Técnico.
Competências do Coordenador Técnico :
- Responsável pela coordenação técnica de todos os escalões de formação.
- Responsável pela decisão de quais os atletas que sobem de escalão de competição no final de época. Decisão tomada após reunião com Treinador / Monitor do escalão actual e Treinador / Monitor do escalão imediato.
- Promover formação interna aos Treinadores / Monitores.
- Definir objectivos formativos e desportivos em conjunto com cada Treinador / Monitor.
- Acompanhar treinos e promover reuniões de trabalho de carácter periódico com os Treinadores / Monitores para entre outras coisas, fazer avaliação da execução dos objectivos.
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Competências do Treinador / Monitor :
- Formar os atletas na iniciação desportiva à prática do futsal de acordo com os objectivos previamente definidos com o Coordenador Técnico.
Exemplo de objectivos: Escolinhas - No final da época deverão os garotos estar habituados a recepcionar a bola com a sola do pé e transportar a bola, também, com a sola do pé.
Sub 11 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos técnicos individuais e incluindo recepções direccionadas com a sola do pé.
Sub 13 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos defensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 15 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos ofensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 17 - No final da época deverão os atletas dominar todos os aspectos defensivos e ofensivos do jogo.
Sub 19 - Dominando os atletas todos os aspectos do jogo e sendo a ante-câmara da equipa sénior, deve o Treinador ter uma estreita ligação ao Treinador da equipa sénior, de modo, inclusive, a que o planeamento de treinos seja aproximado.
- Planear atempadamente os treinos, preenchendo a respectiva folha de planeamento de treinos.
- Incutir responsabilidade e bons hábitos de treino aos atletas (de pequenino é que se torce o pepino).
- Reunir periodicamente com o Coordenador Técnico, para fazer ponto de situação da execução dos objectivos.
Além de tudo isto é importante instituir uma cultura de exigência, que abranja desde o Director ao atleta mais novo, havendo como é óbvio, a capacidade de discernir entre o que é exigível a uma criança de 10 anos ao jovem de 18 anos.
Este Organograma, sem muito detalhe, poderá ser uma base de trabalho que qualquer clube poderá executar, independentemente da sua grandeza.
SEXTA-FEIRA, 18 DE JANEIRO DE 2013
TOMADA DE DECISÃO Por Luís Manta
Tomada de Decisão no futsal é um assunto que está em moda, ora é tema de Clinic's , ora é Tese académica ou assunto de discussão.
Tomada de Decisão não é mais que uma nova roupagem da expressão que se utiliza há muitos anos no futsal quando se diz que determinado jogador "jogou bem" ou "jogou mal" em determinada acção do jogo.
A Tomada de Decisão interfere com quase tudo o que se faz em futsal.
Treinamos para decidir melhor. O treino condiciona a tomada de decisão em determinado sentido.
Os sistemas de jogo, defensivos ou ofensivos, condicionam a tomada de decisão.
O modelo de jogo da equipa, condiciona a Tomada de Decisão.
Um jogador que é bom tácticamente, é um jogador que tem boas Tomadas de Decisão no plano táctico e de acordo com o que treina.
Um jogador indisciplinado tácticamente, é um jogador que não toma as melhores decisões dentro do modelo treinado.
Um jogador criativo, é um jogador cujas Tomadas de Decisão na sua maioria, fogem ao estabelecido. Umas vezes são boas, outras não.
A Tomada de Decisão está intrinsecamente ligada à qualidade do jogador, é melhor ou pior de acordo com as suas tomadas de decisão.
O treino da Tomada de Decisão é diário, diria, é constante. Quanto mais e melhor se treinar, melhores são as Tomadas de Decisão.
Treino especifico para a Tomada de Decisão não existe, é uma aberração. O treino da Tomada de Decisão é quotidiano e está integrado em todos os exercícios.
Descompliquem. Não compliquem o que é simples.
O estudo da Tomada de Decisão no futsal, será importante no plano académico, no que respeita ao jogo não trás nada de novo. A Tomada de Decisão é o nosso dia a dia.
Tomada de Decisão não é mais que uma nova roupagem da expressão que se utiliza há muitos anos no futsal quando se diz que determinado jogador "jogou bem" ou "jogou mal" em determinada acção do jogo.
A Tomada de Decisão interfere com quase tudo o que se faz em futsal.
Treinamos para decidir melhor. O treino condiciona a tomada de decisão em determinado sentido.
Os sistemas de jogo, defensivos ou ofensivos, condicionam a tomada de decisão.
O modelo de jogo da equipa, condiciona a Tomada de Decisão.
Um jogador que é bom tácticamente, é um jogador que tem boas Tomadas de Decisão no plano táctico e de acordo com o que treina.
Um jogador indisciplinado tácticamente, é um jogador que não toma as melhores decisões dentro do modelo treinado.
Um jogador criativo, é um jogador cujas Tomadas de Decisão na sua maioria, fogem ao estabelecido. Umas vezes são boas, outras não.
A Tomada de Decisão está intrinsecamente ligada à qualidade do jogador, é melhor ou pior de acordo com as suas tomadas de decisão.
O treino da Tomada de Decisão é diário, diria, é constante. Quanto mais e melhor se treinar, melhores são as Tomadas de Decisão.
Treino especifico para a Tomada de Decisão não existe, é uma aberração. O treino da Tomada de Decisão é quotidiano e está integrado em todos os exercícios.
Descompliquem. Não compliquem o que é simples.
O estudo da Tomada de Decisão no futsal, será importante no plano académico, no que respeita ao jogo não trás nada de novo. A Tomada de Decisão é o nosso dia a dia.
SÁBADO, 12 DE JANEIRO DE 2013
FISGAS CONTRA CANHÕES Por Luís Manta
A época que o Sporting Clube de Portugal está a fazer, é sem dúvida uma boa época e por mérito acima de tudo do Nuno Dias que veio dar uma nova dinâmica à equipa, no entanto, está a fazer aquilo a que está obrigada.
Aos dois clubes verdadeiramente profissionais que disputam o nosso campeonato, é isto que se pede, uma superioridade clara sobre os seus adversários.
Ambas as equipas têm os melhores jogadores, núcleo base da selecção nacional e estrangeiros de reconhecido valor e já adaptados ao Pais.
A ambas as equipas em termos logísticos não lhes falta nada.
Ambas as equipas se deslocam bem acomodadas e se a deslocação é superior a 200 Km vão de véspera e ficam bem alojadas.
Ambas as equipas fazem concentrações e mini-estágios com frequência. Por exemplo sempre que jogam entre si fazem concentram em hotel na véspera.
Ambas as equipas têm a possibilidade de realizar micro-ciclos de uma semana com 8 a 10 Unidades de Treino.
E que temos do outro lado ? Dos seus adversários.
Dois tipos de equipas, as semi-profissionais ou nem isso e as puramente amadoras.
As semi-profissionais, caracterizam-se basicamente por uma mescla de jogadores amadores e profissionais, onde os clubes não têm condições estruturais para aplicar um projecto profissional. São poucas.
Este tipo de equipas, mais cedo do que tarde, acabam por abortar, porque o investimento não traz retorno absolutamente algum.
As puramente amadoras, são carentes de quase tudo, só não falta a boa vontade e a dedicação. São o grosso da coluna no nosso campeonato.
Os jogadores trabalham ou estudam de dia e treinam à noite. Normalmente no máximo têm 4 Unidades de Treino semanais.
Muitas vezes as condições logísticas para o treino não são as melhores.
As deslocações são feitas no próprio dia do jogo em autocarro, carrinha ou em carros particulares.
Não há concentrações nem mini-estágios.
As pessoas têm a noção do que é uma equipa profissional que tem os melhores jogadores trabalhar mais entre 8 a 10 horas semanais ou se quiserem, entre 30 a 40 horas mensais, relativamente a equipas puramente amadoras ?
As equipas profissionais não têm sempre de ganhar por 10-0, mas têm a obrigação de ganhar de forma clara e com qualidade, senão, algo está mal.
Nas últimas épocas tem sido arrepiante ver as sistemáticas dificuldades das equipas profissionais a quem nada lhes falta, em ganhar a equipas puramente amadoras.
A isto, chama-se INCOMPETÊNCIA.
Ao confronto entre as equipas profissionais e as outras equipas, podemos definir como uma luta entre Canhões e Fisgas.
FISGAS CONTRA CANHÕES Por Luís Manta
A época que o Sporting Clube de Portugal está a fazer, é sem dúvida uma boa época e por mérito acima de tudo do Nuno Dias que veio dar uma nova dinâmica à equipa, no entanto, está a fazer aquilo a que está obrigada.
Aos dois clubes verdadeiramente profissionais que disputam o nosso campeonato, é isto que se pede, uma superioridade clara sobre os seus adversários.
Ambas as equipas têm os melhores jogadores, núcleo base da selecção nacional e estrangeiros de reconhecido valor e já adaptados ao Pais.
A ambas as equipas em termos logísticos não lhes falta nada.
Ambas as equipas se deslocam bem acomodadas e se a deslocação é superior a 200 Km vão de véspera e ficam bem alojadas.
Ambas as equipas fazem concentrações e mini-estágios com frequência. Por exemplo sempre que jogam entre si fazem concentram em hotel na véspera.
Ambas as equipas têm a possibilidade de realizar micro-ciclos de uma semana com 8 a 10 Unidades de Treino.
E que temos do outro lado ? Dos seus adversários.
Dois tipos de equipas, as semi-profissionais ou nem isso e as puramente amadoras.
As semi-profissionais, caracterizam-se basicamente por uma mescla de jogadores amadores e profissionais, onde os clubes não têm condições estruturais para aplicar um projecto profissional. São poucas.
Este tipo de equipas, mais cedo do que tarde, acabam por abortar, porque o investimento não traz retorno absolutamente algum.
As puramente amadoras, são carentes de quase tudo, só não falta a boa vontade e a dedicação. São o grosso da coluna no nosso campeonato.
Os jogadores trabalham ou estudam de dia e treinam à noite. Normalmente no máximo têm 4 Unidades de Treino semanais.
Muitas vezes as condições logísticas para o treino não são as melhores.
As deslocações são feitas no próprio dia do jogo em autocarro, carrinha ou em carros particulares.
Não há concentrações nem mini-estágios.
As pessoas têm a noção do que é uma equipa profissional que tem os melhores jogadores trabalhar mais entre 8 a 10 horas semanais ou se quiserem, entre 30 a 40 horas mensais, relativamente a equipas puramente amadoras ?
As equipas profissionais não têm sempre de ganhar por 10-0, mas têm a obrigação de ganhar de forma clara e com qualidade, senão, algo está mal.
Nas últimas épocas tem sido arrepiante ver as sistemáticas dificuldades das equipas profissionais a quem nada lhes falta, em ganhar a equipas puramente amadoras.
A isto, chama-se INCOMPETÊNCIA.
Ao confronto entre as equipas profissionais e as outras equipas, podemos definir como uma luta entre Canhões e Fisgas.
QUARTA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2013
A FORMAÇÃO Por Luís Manta
À formação do futsal em Portugal, na sua generalidade, há excepções, costumo chamar ATL, vulgo, Actividades de Tempos Livres.
Porquê ? Porque quase todos os clubes se debatem com dificuldades financeiras e em face de orçamentos muito reduzidos, acabam por deitar mão à prata da casa e muito bem, digo eu.
Quando se trata de escolher um treinador para as suas equipas de formação, sejam Escolinhas, Sub-11, Sub-13... A opção normalmente recai em alguém muito ligado ao clube, que gosta muito de futsal, tem disponibilidade e tem carta de condução (para poder conduzir a carrinha do clube ou o carro particular e levar a garotada a casa).
Até aqui tudo bem, mas será que a pessoa está habilitada para desenvolver um trabalho de qualidade de iniciação à prática da modalidade ? Aqui é que a porca torce o rabo, normalmente não.
Perguntam os leitores, então vão os clubes esbanjar um património tão grande de dedicação à causa e à modalidade ? Claro que não, antes pelo contrário, estas pessoas devem ser acarinhadas, incentivadas e devem-lhes ser propiciadas condições para formação especifica.
Ora aqui está um problema que tanto a pessoa como o clube, têm dificuldade em ultrapassar, a opção será a inscrição num Curso para Treinadores de Nível 1 que custa, pasme-se, na casa dos EUR 500,00 ou continuar a ser autodidacta. Estamos a falar de algo mais caro que o ordenado mínimo.
Nos tempos que correm, qualquer pessoa que despenda EUR 500,00 do seu orçamento familiar, vai fazer mossa no final do mês, se não estiver desempregado, desempregado então...nem pensar.
Se for o clube a pagar, então aí serão EUR 500,00 x quantos treinadores de formação, também pouco exequível.
Numa modalidade que se quer desenvolver com qualidade, pedir EUR 500,00 para a frequência de um Curso de Nível 1, que se destina basicamente a escalões de formação, é um ABSURDO.
Infelizmente, há gente que vive do futsal e não para o futsal e, se governa com esta história dos cursos de formação de treinadores de futsal.
É altura da FPF e a ANTF se entenderem e porem cobro a isto, a bem do desenvolvimento da modalidade, os cursos destinados a treinadores de formação, deveriam ser tendencialmente gratuitos.
Porquê ? Porque quase todos os clubes se debatem com dificuldades financeiras e em face de orçamentos muito reduzidos, acabam por deitar mão à prata da casa e muito bem, digo eu.
Quando se trata de escolher um treinador para as suas equipas de formação, sejam Escolinhas, Sub-11, Sub-13... A opção normalmente recai em alguém muito ligado ao clube, que gosta muito de futsal, tem disponibilidade e tem carta de condução (para poder conduzir a carrinha do clube ou o carro particular e levar a garotada a casa).
Até aqui tudo bem, mas será que a pessoa está habilitada para desenvolver um trabalho de qualidade de iniciação à prática da modalidade ? Aqui é que a porca torce o rabo, normalmente não.
Perguntam os leitores, então vão os clubes esbanjar um património tão grande de dedicação à causa e à modalidade ? Claro que não, antes pelo contrário, estas pessoas devem ser acarinhadas, incentivadas e devem-lhes ser propiciadas condições para formação especifica.
Ora aqui está um problema que tanto a pessoa como o clube, têm dificuldade em ultrapassar, a opção será a inscrição num Curso para Treinadores de Nível 1 que custa, pasme-se, na casa dos EUR 500,00 ou continuar a ser autodidacta. Estamos a falar de algo mais caro que o ordenado mínimo.
Nos tempos que correm, qualquer pessoa que despenda EUR 500,00 do seu orçamento familiar, vai fazer mossa no final do mês, se não estiver desempregado, desempregado então...nem pensar.
Se for o clube a pagar, então aí serão EUR 500,00 x quantos treinadores de formação, também pouco exequível.
Numa modalidade que se quer desenvolver com qualidade, pedir EUR 500,00 para a frequência de um Curso de Nível 1, que se destina basicamente a escalões de formação, é um ABSURDO.
Infelizmente, há gente que vive do futsal e não para o futsal e, se governa com esta história dos cursos de formação de treinadores de futsal.
É altura da FPF e a ANTF se entenderem e porem cobro a isto, a bem do desenvolvimento da modalidade, os cursos destinados a treinadores de formação, deveriam ser tendencialmente gratuitos.
TERÇA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2013
E DEPOIS ? Por Luís Manta
E depois ? Qual a solução para quando acabar o futsal profissional para um grupo de jovens praticantes que negligenciou a sua formação e sem nenhuma experiência de emprego, salvo o futsal, vai procurar o 1º emprego na casa dos trinta anos ?
O futsal profissional em Portugal é raquítico, está confinado na verdadeira concepção do profissionalismo a dois clubes. Esta questão faz derivar para um grande problema de competitividade do futsal em Portugal, assunto que abordarei noutro artigo de opinião.
Estes dois clubes, não assentando a sua filosofia de construção de plantéis em jogadores portugueses, mais condicionam as opções dos jogadores entretanto "descartados" ou em "ascensão".
Depois há uns quantos clubes semi-profissionais (costumo chamar profissionalismo envergonhado), poucos, onde, pasme-se, há jogadores que ganham como isso, mas os clubes não têm estruturas capazes de pôr em execução um projecto profissional. Ou lhes faltam condições logísticas e financeiras, ou só uma parte dos jogadores são profissionais ou ainda, ambas.
Para esta geração de jogadores tem existido um escape que é a emigração (como aconselha o nosso PM), onde ainda vai havendo mercado para absorver alguns jogadores e protelando a chegada ao mercado de trabalho.
No futebol ainda vai existindo uma almofada no final da carreira dos jogadores que vai absorvendo alguns, poucos, que é iniciarem a carreira de treinadores profissionais ou dirigentes profissionais, mas no futsal nem isso, pelos motivos atrás expostos.
Com os montantes pagos aos profissionais de futsal, não me parece que sobre valor significativo para amealhar e conseguir um pé-de-meia que no futuro dê para garantir um nível de vida digno para si e para os seus.
Pelo que conheço, haverá duas, três, honrosas excepções de jogadores que poderão ter um futuro mais risonho, fruto da sua gestão de carreira e honorários recebidos significativamente acima do normal. Mas são a excepção há regra, felizmente para eles e para os seus.
E chegados aos trinta anos e mais, no momento actual em que atravessa o País com o desemprego a subir de forma galopante, sem alguma experiência profissional fora do futsal, sem competências entretanto adquiridas que possam suavizar a entrada no mercado, como vão estes jovens sobreviver ?
Vale a pena pensar nisto !
O futsal profissional em Portugal é raquítico, está confinado na verdadeira concepção do profissionalismo a dois clubes. Esta questão faz derivar para um grande problema de competitividade do futsal em Portugal, assunto que abordarei noutro artigo de opinião.
Estes dois clubes, não assentando a sua filosofia de construção de plantéis em jogadores portugueses, mais condicionam as opções dos jogadores entretanto "descartados" ou em "ascensão".
Depois há uns quantos clubes semi-profissionais (costumo chamar profissionalismo envergonhado), poucos, onde, pasme-se, há jogadores que ganham como isso, mas os clubes não têm estruturas capazes de pôr em execução um projecto profissional. Ou lhes faltam condições logísticas e financeiras, ou só uma parte dos jogadores são profissionais ou ainda, ambas.
Para esta geração de jogadores tem existido um escape que é a emigração (como aconselha o nosso PM), onde ainda vai havendo mercado para absorver alguns jogadores e protelando a chegada ao mercado de trabalho.
No futebol ainda vai existindo uma almofada no final da carreira dos jogadores que vai absorvendo alguns, poucos, que é iniciarem a carreira de treinadores profissionais ou dirigentes profissionais, mas no futsal nem isso, pelos motivos atrás expostos.
Com os montantes pagos aos profissionais de futsal, não me parece que sobre valor significativo para amealhar e conseguir um pé-de-meia que no futuro dê para garantir um nível de vida digno para si e para os seus.
Pelo que conheço, haverá duas, três, honrosas excepções de jogadores que poderão ter um futuro mais risonho, fruto da sua gestão de carreira e honorários recebidos significativamente acima do normal. Mas são a excepção há regra, felizmente para eles e para os seus.
E chegados aos trinta anos e mais, no momento actual em que atravessa o País com o desemprego a subir de forma galopante, sem alguma experiência profissional fora do futsal, sem competências entretanto adquiridas que possam suavizar a entrada no mercado, como vão estes jovens sobreviver ?
Vale a pena pensar nisto !
Domingo, 6 de Janeiro de 2013
PORQUÊ A DIFERENÇA ? Por Luís Manta
Porquê a diferença ?
Será que fisicamente as jogadoras são menos dotadas e não aguentavam tal esforço ? Claramente que não. Puro preconceito, inaceitável.
Se hipotéticamente, não sei, as regras da FIFA assim o definem, não sendo oTorneio homologado pela dita, mais uma razão para se ter implementado as Leis do jogo iguais para todos os géneros.
Reconheço o esforço da actual direcção da FPF no sentido do desenvolvimento e evolução do futsal, quer masculino ou feminino, no entanto, perdemos uma boa oportunidade de afrontar o poder instituido em prol do futsal feminino.
Igualdade precisa-se.
Sábado, 5 de Janeiro de 2013
EVITAR O RETROCESSO por Luís Manta
Escrevo estas linhas a propósito de quê ?
A propósito da falta de "Juiz de Mesa" e suas implicações no decorrer dos jogos, com o pretexto que a mingua de orçamento para a organização das provas, não comporta o pagamento de honorários aos "juizes de mesa" (devem ser uma fortuna).
Uma prova que em anos transactos decorreu de acordo com todas as regras de futsal, refiro-me ao Campeonato Distrital de Futsal de Lisboa em séniores femininos, não faz sentido regredir no tempo e ser jogada, sem ser cronómetrada e o tempo de jogo, bem como o nº de faltas de cada equipa, não sejam do conhecimento público. Isto é um factor de retrocesso na evolução do futsal feminino.
Saiem prejudicados os intervenientes, o público e por consequência o futsal.
Para problemas, por muito dificeis que pareçam ser, devem-se arranjar soluções, não se pode optar pela opção mais fácil sem esgotar todas as possibilidades.
Não critico de forma fácil, vou deixar uma solução simples e exequivel.
Proponho que sejam promovidas acções de formação para "Juizes de Mesa", coisa simples, que não se prolonga por mais de uma manhã ou tarde, destinadas a pessoas indicadas pelos clubes, sendo que cada clube deverá indigitar duas pessoas para o efeito. Assim no inicio de época, seria obrigatório, cada clube ter duas pessoas credenciadas como "Juizes de Mesa" para acompanharem as equipas de arbitragem nos jogos em casa.
Aqui vos deixo o meu contributo.
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