segunda-feira, 27 de abril de 2015

COMO EU VI A UEFA CUP 2015 - Por Luís Manta

Começo estas linhas por dar conhecimento não me ter sido possível ver o evento ao vivo.

De acordo com os diversos comentários que fui lendo, quer de interpretes, quer de adeptos, a organização esteve excelente e está de parabéns a organizadora do evento, a secção de futsal do Sporting C. Portugal.

Quanto ao futsal propriamente dito, sem novidades.

O Dína de Moscovo na linha habitual de equipas russas..., o Barcelona um pouco mais fraco, menos coeso, o Kairat a ser novidade só para os distraídos e o Sporting C. Portugal a fazer pela vida e a estar ao nível do exigido.

No jogo Sporting C. Portugal vs F.CV. Barcelona, o Sporting vendeu cara a eliminação, tendo uma prestação bem conseguida e merecendo a decisão no prolongamento. O Barcelona há semelhança de jogos decisivos anteriores, teve algumas dificuldades no plano defensivo, na eficácia da finalização e na concentração. Acabou por ganhar fruto da maior qualidade individual e experiência dos seus jogadores.

No jogo de apuramento para os 3 e 4º lugares entre o Sporting e o Dína de Moscovo, vitória expressiva e concludente do Sporting, marcando a diferença de postura de ambas as equipas na abordagem ao jogo. Uma ambiciosa, a mostrar o seu colectivo, a querer mostrar o seu valor, a não deitar a toalha ao chão e outra, frustrada, desastrada, desanimada, sem convicção...

Sobre a final, tratou-se de um jogo bem disputado, bem jogado, com vencedor merecido.
A estratégia ofensiva da equipa do Kairat não é novidade para ninguém ligado à modalidade. Longe de pensar que o trabalho de casa não foi efectuado pelos adversários, tudo gente profissional, acho que as opções não foram as melhores.
O Kairat ao ter como estratégia ofensiva o recurso ao GR Avançado durante todo o jogo, coloca dificuldades de coesão defensiva e concentração, pouco habituais às equipas adversárias. O Kairat num trabalho que já leva alguns anos, está preparado táctica e mentalmente para o efeito e as equipas adversárias, não...defender o GR Avançado 5' é uma coisa, defender durante 40' é outra absolutamente diferente.
Só há duas opções, ou recuamos as linhas de marcação e deixamos o Kairat ter a iniciativa ou subimos as linhas de marcação, fazemos pressing em todo o campo e não deixamos o Kairat jogar...o que não é fácil.
Tanto o Dína de Moscovo como o Barcelona, recuaram as linhas e deram a iniciativa ao Kairat com as consequências já conhecidas.  Mesmo aqui, poderia ter havido uma postura de defesa agressiva, ou seja, induzir o Kairat a jogar nas alas e aí criar situações de superioridade numérica para fazer roubos de bola, mas não, e tantas vezes o cântaro vai à fonte...
É desgastante defender desta forma o Kairat, pois a equipa tem as situações de ataque bem rotinadas e mesmo quando perde a posse de bola, raramente deixa atacar...
A alternativa seria subir as linhas de marcação, fazer um pressing constante sobre todos os jogadores, um sufoco, não deixando o Kairat jogar de GR Avançado...não é fácil, mas com um trabalho profissional, é perfeitamente exequível.
O próprio Kairat, reconheça-se, evoluiu na fase de construção de jogo (sem recurso a GR Avançado) quando de posse de bola, apareceu autoritário, fluido, sem recurso a jogo directo constante.
Justo vencedor.

Já o disse, não nutro uma ponta de simpatia (antes pelo contrário)  pela estratégia utilizada pelo Kairat, acho que tira espectacularidade ao jogo...no entanto, penso que a solução não passa por alterar as regras do jogo, mas sim por as equipas adversárias fazerem bem o trabalho de casa para contrariar esta estratégia.

Não colhe o argumento sistemático de que estas equipas não são russas, ou italianas, ou cazaquistãs, ...etc por terem muitos jogadores brasileiros, porque a realidade do futebol não é muito diferente, então se atendermos às equipas de top portuguesas e verificarmos quantos jogadores portugueses jogam...

Voltei a não gostar da arbitragem, existe muita confusão na definição de "disputa de bola" com a consequência do não sancionar de inúmeras faltas, empurrões e bloqueios que são puros "abraços", sistematicamente sem punição...

Remato dizendo que o Sporting C. Portugal não se apresentou deficitário em termos de trabalho colectivo de equipa, apresentou-se bem preparado, bem trabalhado, fica-me a convicção, que a diferença esteve na qualidade individual dos jogadores.
Fica uma imagem bastante positiva da equipa do Sporting C. Portugal, com boas indicações para a Final-Four da Taça de Portugal que aí se avizinha.

É só isto.

Luís Manta

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