domingo, 8 de fevereiro de 2015

O JOGO DIRECTO - Por Luís Manta

Há uns anos ( por volta de 2002 ), numa reunião de treinadores, sobre o tema "Saída de Pressão", um treinador saíu-se com esta : " Não tem problema...estás pressionado, jogas no GR contrário e pressionas tu, transferes o problema ". Quem me conhece, sabe que devo ter reagido mal e foi o que aconteceu.
Para meu espanto, passados estes anos todos, esta época ao assistir a um jogo pela TV e num periodo de desconto, ouvi um treinador a ter o mesmo discurso para os seus jogadores.
Se é esta a ideia de jogo ou solução para quando as equipas estão sujeitas a pressão, estamos conversados...e muito mal vai o futsal.
Nada tenho contra o GR jogar directo ao pivot (antes pelo contrário), mas através de trabalho colectivo, com a bola jogada rasteira, fácilmente recepcionável, para o pivot poder rodar ou assistir os companheiros que em trabalho colectivo tenham vindo em apoio.
Sou contra, o jogo ditecto ao pivot, com passes para a cabeça ou peito, sem apoios, sem trabalho colectivo.
Por vezes, dá a ideia que o objectivo é ganhar terreno, ganhando um livre de canto ou um fora...mais parecendo o futebol americano.
Hoje, não se vê um jogador sujeito a marcação cerrada fazer uma simulação para libertar espaço e poder fazer a recepção da bola, tudo é muito rápido, muito intenso, ninguém pensa o jogo, todos correm muito...mas mal..
Compreendo que treinar a fase de construção de jogo para sair de pressão intensa, não é fácil, mas optar pela maneira mais simples e sem qualidade para resolver o problema, não me parece de todo a melhor solução. Pontualmente aceita-se...
Nenhuma equipa de qualidade, ganhadora, a nível mundial, tem como forma sistemática de sair de pressão, o jogo directo...
Assim vai o nosso futsal...

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