quarta-feira, 13 de agosto de 2014

OS TORNEIOS DE VERÃO Por Luís Manta

Os Torneios de Verão durante muitos anos foram o pulsar da modalidade e proliferavam por todo o País, organizados por pequenos clubes. A eles se deve a paixão de muita gente pelo futsal.
Hoje continuam a decorrer, já sem o fulgor de outrora.
O purismo da modalidade estava estava aqui, onde grupos de jovens se organizavam formando equipas, dividindo despesas de inscrições e equipamentos. Depois foram aparecendo os patrocínios. 
Até ao momento em que a modalidade não se organizou competitivavemente, mais precisamente, até à década de 80 do século passado, serviam para esses grupos de jovens testarem a sua competitividade individual e colectiva, disputando os Torneios com grande fervor e rivalidade.
O perigo estava lá, mas ninguém pensava nisso...de quando em vez, lá acontecia um azar.
Hoje, com a modalidade organizada e com escalões competitivos para todas as idades, quem quer levar a modalidade a sério, não deve entrar neste tipo de Torneios...
Não faz sentido, um jogador federado e que quer levar a modalidade a sério, correr o risco de ter uma lesão grave pondo em risco uma época ou mesmo a sua continuidade na prática da modalidade.
Nestes Torneios não há seguros, nem assistência médica em campo e quando há um azar, paga sempre o mesmo, o jogador...com o corpo e a carteira.
Vem este comentário a propósito e no dia em que tomei conhecimento que Paulo Xavier,  ex.jogador do Dramático de Cascais e com passagem de regresso aos Leões de Porto Salvo, sofreu uma lesão grave (rotura dos ligamentos cruzados num joelho) num desses Torneios.
O Xavier, como o trato, jogador por quem nutro grande carinho e ele sabe disso, durante alguns anos ouviu avisos meus no sentido de não entrar em Torneios de Verão.
Devo dizer que nas equipas onde treinei, sempre proibi a presença de jogadores neste tipo de Torneios, penalizei fortemente alguns e numa equipa, consegui que a Direcção pagasse 12 meses de subsídio para ser imperativo na proibição.
Pergunto eu, quando acontece uma lesão grave, quem vai pagar as despesas hospitalares e de recuperação terapêutica ? O dono da Charcutaria da esquina ? Ou o dono do Café ? Ou o da Discoteca ? Claro que não...sobra para o jogador. Vale apena o risco ?
Se o jogador joga a um nível elevado (como é o caso) e recebe uns "trocos" que até ajudam  no orçamento familiar...quem vai pagar os meses em falta ?
O prejuízo na quase totalidade é do jogador, mas não podemos esquecer o clube, que tem o plantel para a próxima época fechado, conta com o jogador e se vê com um problema.
Acabo, com uma mensagem aos jogadores federados que leem este texto, PENSEM NISTO...

Sem comentários:

Enviar um comentário