terça-feira, 8 de janeiro de 2013

E DEPOIS ? Por Luís Manta

E depois ? Qual a solução para quando acabar o futsal profissional para um grupo de jovens praticantes que negligenciou a sua formação e sem nenhuma experiência de emprego, salvo o futsal, vai procurar o 1º emprego na casa dos trinta anos ?
O futsal profissional em Portugal é raquítico, está confinado na verdadeira concepção do profissionalismo a dois clubes. Esta questão faz derivar para um grande problema de competitividade do futsal em Portugal, assunto que abordarei noutro artigo de opinião.
Estes dois clubes, não assentando a sua filosofia de construção de plantéis em jogadores portugueses, mais condicionam as opções dos jogadores entretanto "descartados" ou em "ascensão".
Depois há uns quantos clubes semi-profissionais (costumo chamar profissionalismo envergonhado), poucos, onde, pasme-se, há jogadores que ganham como isso, mas os clubes não têm estruturas capazes de pôr em execução um projecto profissional. Ou lhes faltam condições logísticas e financeiras, ou só uma parte dos jogadores são profissionais ou ainda, ambas.
Para esta geração de jogadores tem existido um escape que é a emigração (como aconselha o nosso PM), onde ainda vai havendo mercado para absorver alguns jogadores e protelando a chegada ao mercado de trabalho.
No futebol ainda vai existindo uma almofada no final da carreira dos jogadores que vai absorvendo alguns, poucos, que é iniciarem a carreira de treinadores profissionais ou dirigentes profissionais, mas no futsal nem isso, pelos motivos atrás expostos.
Com os montantes pagos aos profissionais de futsal, não me parece que sóbre valor significativo para amealhar e conseguir um pé-de-meia que no futuro dê para garantir um nível de vida digno para si e para os seus.
Pelo que conheço, haverá duas, três, honrosas excepções de jogadores que poderão ter um futuro mais risonho, fruto da sua gestão de carreira e honorários recebidos significativamente acima do normal. Mas são   a excepção há regra, felizmente para eles e para os seus.        
E chegados aos trinta anos e mais, no momento actual em que atravessa o País com o desemprego a subir de forma galopante, sem alguma experiência profissional fora do futsal, sem competências entretanto adquiridas que possam suavizar a entrada no mercado, como vão estes jovens sobreviver ?
Vale a pena pensar nisto !

Sem comentários:

Enviar um comentário