Teve lugar no último fim-de-semana a 1ª fase do Torneio
Inter-Associações, para Seleções sub20 em futsal.
Antes de qualquer análise ao mesmo devo dizer que sou de opinião que
este tipo de Torneios deveria acontecer mais do que uma vez por época, e em
vários escalões. Não é impossível que o seja, mas iria obrigar a uma alteração
dos quadros competitivos dos Campeonatos da Associações Distritais, e isso
seria uma grande maçada para quem decide estas coisas.
“E porquê alterar? E como
alterar?”
Com redução de equipas nas divisões de elite dos Campeonatos
Distritais, de forma a que sobrem datas para este tipo de eventos.
“Então mas há distritos onde
quase que nem há Equipas que cheguem para um Campeonato decente…”
Pois nesses distritos deveriam ser totalmente repensados e não só
alterados. E nalguns outros deveriam existir apoios à integração, existindo
ajudas federativas para Equipas a competir em Campeonatos de outra Associação
de forma a ganharem ritmo e experiência competitiva.
Entendo que não chega apurar equipas para as Taças Nacionais para
depois serem massacradas por equipas onde o nível de aprendizagem está muito
mais avançado. É desmotivante e desmobilizador, não só para os miúdos mas para
Técnicos e Staff das Equipas. Mas sobre este assunto teremos tempo para falar
quando começarem as Taças Nacionais.
Sobre este Inter-Associações fiquei
com algumas ideias que tendem a ser confirmadas.
Opinião positiva sobre:
Braga – Confirmou a evolução
gradual vencendo a forte equipa de Coimbra sem sofrer golos;
Viseu – Venceu o Porto por
6-2 e está na final-4 com todo o mérito. A surpresa do torneio;
Beja e Évora – Boa evolução
das Equipas do Alentejo face a anos anteriores;
Coimbra – Ainda que de fora
da Final continua a apresentar boa formação, com bons jogadores, e com aspetos
táticos importantes.
Angra do Heroísmo – A grande
evolução que demonstra, deve ser apresentada como exemplo. Não basta contentar-se
em perder por poucos, mas deve dar o passo seguinte, encurtando as distancias
que ainda tem para Distritos mais populosos e com maior leque de escolha.
Leiria – Será surpresa
apenas para quem não saiba que é um dos distritos com maior número de equipas e
de jogadores em Juniores A e B. Teve sorte no desempate com penalties com
Santarém, mas o jogo é assim mesmo. Presente na final-4.
Opinião menos positiva sobre:
Setúbal – Mesmo tendo havido alguns jogos em que perdeu injustamente
face ao domínio do jogo, uma Seleção dos sub20 de Setúbal faz sempre com que
esperemos uma presença na final-4.
Porto – Com tão valiosos jogadores, alguns Campeões Nacionais em
Juvenis pela fantástica equipa do Caxinas, outros a despontar no Boavista,
Freixieiro e outros bons Clubes de formação, o Porto tinha obrigação de estar
na final-4.
Sei que alguns não desculparão a minha ousadia de fazer este tipo de análise,
mas enquanto amante do futsal de formação entendo que devo. Ao fazê-lo estarei
também a dar visibilidade aos miúdos, que bem merecem.
Não consigo perceber como ninguém
se entende no distrito do Porto, de forma a criarem condições para que a sua
Seleção fosse bem preparada. Sei que também Setúbal e outros Distritos não
conseguiram ter o enquadramento ideal para prepararem bem as suas Seleções.
Mesmo correndo o enorme risco de ser injusto, arrisco a dizer que isso acontece
porque não existe por parte dos Dirigentes Associativos um Projeto Desportivo
para as Seleções de Futsal. Sei que Lisboa tem um projeto no papel, mas que
tarda a colocar em prática.
Não é aceitável que existam
obstáculos colocados pelos clubes através dos seus treinadores e alguns
dirigentes, dificultando a tarefa dos Selecionadores, alguns deles já com a
tarefa dificultada pelo desconhecimento das equipas e jogadores do distrito que
estão naquele momento a representar. Sei que nalguns casos assim se passou. Deveria
ter havido uma reunião em inicio de época entre os Diretores Técnicos
Distritais com os Clubes, indicando qual o projeto desta Seleção, quais os
critérios á sua formação, e quais as penalizações que recairiam sobre quem não colaborasse.
Deveria ter existido por parte dos Selecionadores um maior diálogo com todos os
Treinadores dos jogadores que eram selecionáveis. Tenho a certeza que tudo
teria acontecido de forma diferente. Chega de se fazerem as coisas em cima do
joelho.
Este tipo de situações só
melhorará quando as Associações, os seus gabinetes técnicos, os seus Diretores
Técnicos, as suas Direções entenderem que os clubes que representam precisam
que se potencializem os jovens jogadores da formação. Que se lhes dê contactos
frequentes com este tipo de eventos. Entendam que o futuro de um futsal de
qualidade em Portugal depende em muito deles, pois estas Seleções que são formadas
neste tipo de Torneios são a 1ª base de observação para as Seleções Nacionais.
Não podemos ficar a carpir
mágoas, se não colaborarmos todos para um futuro melhor daquela que é a nossa
grande paixão, o futsal.
Ficou a faltar falar da Seleção
de Lisboa. Pois ficou. Mas vou falar.
Sou de opinião que ao contrario
de à uns bons anos atrás a Seleção de Lisboa é bastante superior às demais.
Qualquer Seleção de Lisboa será
sempre a minha, e aquela que apoiarei. Compreendam que trabalho diariamente
para que ela seja cada vez melhor e mais competitiva. E que dela saiam todos os
anos alguns jogadores para Equipas Seniores, de preferência a minha. É natural
a preferência.
Embora reconheça legitimidade com
que foi feito discordo totalmente do critério que levou à escolha de quem
treina a seleção de Lisboa. Discordo também do método de total autismo em
relação aos Clubes neste detalhe, e no detalhe da escolha dos jogadores. Não
será por isso, porém, que não os apoiarei. O mínimo que se espera da Seleção da
Associação de Futebol de Lisboa é que repita a conquista deste Torneio.
Um dia destes voltarei a falar
sobre isto.
Abraço a todos.
Bom artigo, caro Nuno.
ResponderEliminarSó uma achega: não mencionou a prestação da Selecção de Aveiro.
Um abraço,
Tomé Matos